RESUMO DE LIVROS - VYGOTSKY, Lev. A formação Social da Mente
VYGOTSKY, Lev. A formação Social da Mente. São Paulo:
Martins Fontes, 1984.
No livro Formação Social da Mente – Vygotsky tem por
objetivo caracterizar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e
elaborar hipóteses de como essas características se desenvolveram durante a
vida do indivíduo e enfatiza três aspectos:
• Relação entre seres humanos e o seu ambiente físico e
social.
• Novas formas de atividade que fizeram com que o trabalho
fosse o meio fundamental de relacionamentos entre o homem e a natureza e as
conseqüências psicológicas dessas formas de atividade.
• A natureza das relações entre o uso de instrumento e
desenvolvimento da linguagem.
O estudo do desenvolvimento infantil começou a ser feita por
comparação à botânica, associado à maturação do organismo como um todo. Como
maturação por si só, é um fator secundário e não explica o desenvolvimento de
formas mais complexas do comportamento humano, a psicologia moderna passou a
estudar a criança a partir dos modelos zoológicos, isto é, da experimentação
animal.
Segundo Vygotsky, o momento de maior significado no curso do
desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de
inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática
estão juntas.
A criança, antes de controlar o próprio comportamento,
começa a controlar o ambiente com a ajuda da fala, produzindo novas relações
com o ambiente, além de uma nova organização do próprio ambiente. A criação
dessas formas caracteristicamente humanas de comportamento produz o intelecto,
e constitui a base do trabalho produtivo: à forma especificamente humana do uso
de instrumento.
Experiências feitas por Vygotsky concluíram que a fala da
criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo. Sua fala e
ação fazem parte de uma mesma função psicológica complexa, dirigida para a
solução do problema em questão.
Conclui-se também que quanto mais complexa a ação exigida
pela situação e menos direta a solução, maior a importância que a fala adquire
na operação como um todo.
“Essas observações, me levam a concluir que as crianças
resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala, assim como dos olhos e das
mãos”. (Vygotsky)
A criança quando se confronta com um problema mais
complicado, apresenta ótima variedade complexa de respostas que incluem
tentativas diretas de atingir o objetivo, uso de instrumentos, fala dirigidas
as pessoas ou que simplesmente acompanha a ação e apelos verbais direto ao
objeto de atenção. O desenvolvimento da percepção e da atenção, o uso de
instrumentos e da fala afeta várias funções psicológicas:
Operações sensório-motoras e atenção – cada uma das quais
é parte de um sistema dinâmico de comportamento.
Para o desenvolvimento da criança principalmente na primeira
infância, o que se reveste de importância primordial são as interações com os
adultos (assimétricas), portadores de todas as mensagens de cultura. Nessa
interação o papel essencial corresponde aos diferentes sistemas semióticos
seguida de uma função individual: começam a ser utilizado como instrumentos de
organização e de controle do comportamento individual.
A abordagem dialética, admitindo a influência da natureza
sobre o homem, afirma que o homem, por sua vez, age sobre a natureza e cria,
através das mudanças por ele provocadas, novas condições naturais para a sua
existência. Essa posição representa o elemento-chave da abordagem de estudo e
interpretação das funções psicológicas superiores FPS, do homem e serve como
base dos novos métodos de experimentação e análise.
Com relação à interação entre aprendizado e ensino – O
aprendizado é considerado um processo puramente externo que não esta envolvido
ativamente no desenvolvimento, simplesmente se utilizará dos avanços do
desenvolvimento ao invés de fornecer um impulso para modificar seu curso.
Para Vygotsky não existe melhor maneira de descrever a
educação do que considerá-la como a organização dos hábitos de conduta e
tendências comportamentais adquiridos. O aprendizado não altera nossa
capacidade global de focalizar a atenção, ao invés disso, desenvolve várias
capacidades de focalizar a atenção sobre várias coisas.
Numa abordagem sobre a zona de desenvolvimento proximal, o
ponto de partida da discussão é o fato de que o aprendizado das crianças começa
muito antes delas freqüentam a escola.
A zona de desenvolvimento proximal é resumidamente à
distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar
através da solução independe de problemas e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de problemas sob orientação de um
adulto.
O brinquedo tem um papel marcante para desenvolvimento, o
brinquedo não é uma atividade pura e simples de prazer a uma criança, pois há
outras atividades que dão mais prazer, como o habito de chupar chupeta, em
relação aos jogos que marcam a perda e ganho com freqüência e é acompanhado
pelo desprazer da perda. A criança em idade pé-escolar envolve-se num mundo
ilusório para resolver suas questões e considera essencial e reconhece a enorme
influência do brinquedo no desenvolvimento da criança.
O brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas um
fator muito importante do desenvolvimento, demonstra o significado da mudança
que ocorre no desenvolvimento do próprio brinquedo, de uma predominância de
situações imaginárias para as predominâncias de regras e mostra as
transformações internas das crianças que surgem em conseqüência do brinquedo.